Amiga, vou viajar para um lugar super frio? Me empresta aquele seu casaco? Quem nunca, né gente! Mas a troca de roupas vem extrapolando o universo da amizade e virando negócio. Ainda é um conceito novo aqui no Brasil, mas vem crescendo. Funciona como uma biblioteca de roupas. Quem participa compartilha suas peças xodós, que não são usadas com freqüência, mas que não merecem o descarte. E nessa comunidade de troca, as meninas fazem seu guarda-roupas se multiplicar, provando que consumir não necessariamente significa comprar.
Segunda a Forbes, a economia compartilhada movimenta cerca de US$ 3,5 bilhões por ano só nos Estados Unidos. O aluguel de roupas, que era comum em ocasiões especiais, tem se tornado uma opção para o dia a dia, principalmente para quem vem repensando o consumo na moda.
Essa semana fui conversar com a Luciana Nunes, que criou a Lucid Bag, o primeiro guarda-roupa compartilhado do brasil.
BelDut: Você é jornalista e produzia conteúdo para importantes marcas de roupas. O que te levou a repensar o mercado da moda e criar este novo modelo de negocio?
Luciana Nunes: Comecei a me questionar muito sobre o meu trabalho. Fazia campanhas de marketing para estimular as pessoas a comprarem o que elas não precisavam. Roupas muitas vezes sem qualidade e com preços muito acima do valor de produção. Nessa mesma época, fui fazer um curso de Cool Hunting em Barcelona e foi quando tive a ideia de montar um guarda-roupa compartilhado. E por trabalhar com moda, por muitos anos, construí um acervo muito bacana e com peças exclusivas. Roupas usadas apenas em desfiles, super lindas, mas que eu não tinha tanta ocasião assim para usar. Me vi com vi com um acervo super legal mas que não usava por falta de ocasiao mas não queria me desfazer. Chamei mais gente para participar e algumas amigas também colocaram suas peças. E partir daí começou a virar uma comunidade. É um guarda-roupa contudo por todos e para todos.
BelDut: É mais comum encontrar quem esteja disposto a desapegar de roupas que não usam mais. Mas a ideia do guarda-roupa coletivo é justamente compartilhar as peças que você gosta. Está crescendo o numero de adeptos?
Luciana Nunes: Sim, está. A Lucid Bag tem três anos e só tem crescido. Claro que as pessoas ainda tem a cultura da posse, mas quem conhece esse modelo de negócio e participa, vê muitas vantagens. Eu faço a curadoria das roupas que entram para garantir que o acervo seja realmente especial. Quem participa, deixa algumas peças para empréstimo e escolhe entre três pacotes mensais para usar as roupas do acervo por até 10 dias. Você tem sempre acesso a roupas novas sem precisar comprar.
BelDut: Guarda-roupa compartilhado é uma das possibilidades de moda sustentável. Você percebe as marcas e os consumidores mais preocupados com o consumo consciente?
Luciana Nunes: Tenho sentido que cresce o numero de pessoas e marcas interessadas em consumo consciente. A midia tem falado sobre o assunto e as redes sociais têm um papel fundamental nisso, já que é um canal para as pessoas poderem expor sua vontade de fazer diferente.
Acredito que o guarda-roupa compartilhado como possibilidade de consumo consciente, muito mais sustentávelel, vai passar a ser um negocio mais viável pra todo mundo que participa.
Serviço: A Lucid Bag funciona em São Paulo e em Goiânia. Além, do pontos físicos, você pode participar pelo sistema de aluguel online. Para mais informações de como funciona, acesse o site https://www.lucidbag.com.br